Relatório pesquisa Perfil dos Jornalistas Associados ao Sindicato de São Paulo

Resultados parcias da fase quantitativa da pesquisa 2009-2012 – “O perfil do jornalista e os discursos sobre o jornalismo. Um estudo das mudanças no mundo do trabalho do jornalista profissional em São Paulo”

Resumo

Este relatório apresenta os resultados quantitativos da pesquisa “As mudanças no mundo do trabalho dos jornalistas”, realizada entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010, junto aos associados do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo. Trata-se de um levantamento sobre o perfil sócio-econômico e cultural dos jornalistas sindicalizados, a partir da reconfiguração do mundo do trabalho. É a primeira fase (quantitativa) da pesquisa O perfil do jornalista e os discursos sobre o jornalismo. Um estudo das mudanças no mundo do trabalho do jornalista profissional em São Paulo. Os resultados apontam que os profissionais são maduros, formados há mais de vinte anos e trabalham fora das redações de jornais, ou seja, a maioria está trabalhando em assessorias, seja de imprensa, corporativa ou de comunicação interna.

Introdução

O objetivo da pesquisa As mudanças no mundo do trabalho dos jornalistas é realizar um levantamento sobre o perfil dos jornalistas profissionais do Estado, tendo em vista as mudanças no mundo do trabalho no setor da Comunicação, principalmente a partir da inserção de tecnologias e métodos de trabalho. O levantamento abrange dados sobre faixa etária, escolaridade, vínculo empregatício, relações de trabalho, perfil sócio-econômico e de consumo cultural. Pretende-se, a partir desta pesquisa, contribuir para o melhor entendimento do novo perfil do jornalista. O século XX foi um período de grandes mudanças no mundo do trabalho do jornalista. As empresas de comunicação transformaram-se em conglomerados de mídia; métodos e processos de trabalho precisaram ser reorganizados; a informação tornou-se um produto supervalorizado na sociedade de consumo e passou a ser customizada. Essas mudanças, nas esferas tecnológicas, culturais e interpessoais criaram novas práticas, influenciando profundamente os profissionais de comunicação e também a sua maneira de se comunicar. Diante desse quadro, procuramos entender como inovações técnicas e tecnológicas durante a história recente puderam transformar a prática jornalística e o jornalismo, resultando à sociedade, segundo nossa hipótese, um novo perfil, além de diferentes campos de trabalho. Com tantas mudanças ocorridas em um período relativamente recente, é importante que saibamos como o profissional está vivenciando todas essas transformações. Os meios de produção, as funções, o local de trabalho e o discurso do jornalista mudaram. E, por essas razões, escolhemos o jornalista como objeto empírico dessa pesquisa.

Aspectos teórico-metodológicos

A pesquisa partiu do binômio comunicação e trabalho como base teórica para sua abordagem. A comunicação, vista aqui como constitutiva da atividade humana, é atravessada por diversas áreas do conhecimento, e também campo privilegiado para observação e interpretação dos fenômenos da sociedade. Incorporada à lógica do capital, a partir do século XX, a comunicação assumiu importante papel para melhor compreendermos as transformações ocorridas na sociedade, principalmente a partir da introdução de novas tecnologias, da reorganização de métodos e processos de trabalho, fusão de mídias e supervalorização da sociedade de consumo. Mattelart (1999) aponta ainda a divisão do trabalho como primeiro passo teórico para a história da teoria da comunicação.

O mundo do trabalho é peça fundamental para o estudo de diversas faces das relações humanas e lugar de mediação e de construção de subjetividade. É espaço de relações interpessoais, de troca de sociabilidades, identidades e auto-estima. Fígaro (2005:142) afirma que “o trabalho, tanto como ação humana (pela defesa e sobrevivência) quanto como atividade econômica, ao apoderar-se do conceito de comunicação, trouxe a revolução dos meios, métodos, tecnologias, relações a que estamos vivenciando na contemporaneidade”.

Para um estudo de comunicação ou de mudança nos padrões de comunicação, é fundamental que se estude o mundo do trabalho. Comunicação e trabalho partilham experiências e mudanças econômicas, interpessoais, tecnológicas e culturais muito semelhantes.

Amostra e Metodologia da Pesquisa

A amostra da pesquisa foi organizada no sentido de mapear a diversidade de jornalistas existente hoje no mercado de trabalho do Estado de São Paulo. Para construir o objeto empírico, foi aplicado um questionário a associados de uma entidade representativa de classes (o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo).
A composição do perfil da entidade foi feita com a adoção de métodos de pesquisa bibliográfica, a partir do discurso oficial do Sindicato, publicações da mídia especializada e pesquisas acadêmicas. A partir deste perfil, fizemos um recorte da amostra de associados para então utilizamos o instrumento quantitativo (formulário eletrônico).

Neste relatório, apresentamos os resultados do questionário quantitativo aplicado aos associados do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

1. Universo da pesquisa: os jornalistas do Brasil

1.1. Os jornalistas de São Paulo

1.2. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

2. O questionário quantitativo

3. A amostra de associados que responderam o questionário quantitativo

Resultados

O perfil dos jornalistas do Estado de São Paulo: análise dos dados quantitativos

Apresentamos a seguir os resultados da fase quantitativa da pesquisa desenvolvida junto aos associados do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo. O perfilrevelado pela pesquisa ajudará a compreender as condições no mundo do trabalho que conformam os diretamente envolvidos com a produção dos produtos culturais. Esse perfil, aliado a outros dados da pesquisa, nos faz compreender melhor as dificuldades e os desafios cotidianos do processo de produção dos jornalistas.

Análise geral dos dados quantitativos

O Sindicato mantém uma divisão regional e os associados da capital foram os que participaram em maior número, com 53% das respostas. Em seguida estão os associados da Grande São Paulo, com 14%, e de Santos, com 10%.

Os dados completos, com gráficos e análises quantitativas por região, estão no DVD, disponível gratuitamente na biblioteca da ECA ou na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

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