As transformações tecnológicas, culturais e de relações interpessoais ocorridas no século XX mudaram as empresas de comunicação, a relação da sociedade com a informação e os métodos e processos de trabalho dos profissionais de comunicação. Partindo da hipótese de que um novo perfil foi configurado a partir dessas transformações, esta pesquisa tem o objetivo de conhecer o jornalista que trabalha hoje no Estado de São Paulo. O binômio comunicação e trabalho, a partir da abordagem ergológica, ou seja, de atividade humana, foi o referencial teórico utilizado, em que o sujeito revela-se como foco principal para este estudo. Como metodologia, foi adotada uma combinação de métodos quantitativos e qualitativos aplicados junto a três grupos de amostras: com jornalistas jovens, convocados a partir de redes sociais; com associados do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo; e com jornalistas da Editora Abril. A amostra foi organizada no sentido de mapear a diversidade de jornalistas atuando hoje no mercado de trabalho em São Paulo, Estado que mantém aproximadamente 31% dos jornalistas brasileiros. Para obtenção de dados optou-se pelo uso de questionário eletrônico via internet e pela utilização de um roteiro de perguntas abertas para entrevistas em profundidade. A pesquisa observou que os jornalistas são jovens e individualistas; que estão trabalhando em condições precárias, como freelancers, PJs e autônomos. Além disso, a maior parte dos profissionais não está trabalhando nas redações: está atuando em diversas outras empresas, exercendo a função de assessor de comunicação.