Confira como foram os debates do VII Fórum Comunicação e Trabalho

Nesta e nas próximas duas postagens iremos trazer um breve resumo das três mesas de debates do VII Fórum Comunicação e Trabalho, que ocorreram no último dia 6/9, no 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O fórum foi promovido pelo CPCT, em parceria com a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e a ECA-USP. Teve apoio do Ministério Público do Trabalho de Pernambuco e do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região – Paraíba.

A mesa inicial contou com a participação do ministro Cláudio Mascarenhas Brandão (Tribunal Superior do Trabalho), do desembargador Wolney Cordeiro (Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região/Paraíba), da procuradora Vanessa Patriota (Ministério Público do Trabalho/Pernambuco) e da professora e coordenadora do CPCT, Roseli Fígaro, que também é presidenta da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS).

Veja, a seguir, detalhes e imagens da mesa “As mutações no mundo do trabalho”.

Cláudio Mascarenhas Brandão

Vindo diretamente de Brasília, o ministro abordou as novas dimensões quantitativas e qualitativas do mundo do trabalho. Ele lembrou que quem determina a produção nos dias atuais em muitas atividades é o algoritmo. Isso ocasiona, entre outros efeitos, a diminuição da autonomia do trabalhador. Discorreu ainda sobre a Lei do Teletrabalho (Lei 14.442/2022) e do direito à desconexão. “A tecnologia vai rompendo barreiras e invadindo nosso eixo privado. Não podemos perder o senso ético do trabalhador humano”, disse.

 

Wolney Cordeiro

Para o desembargador, a comunicação é o foro adequado para se discutir o mundo do trabalho. Ele destacou a retórica contemporânea da mudança do perfil da relação de emprego e a subtração da proteção social aos trabalhadores. Deixou evidente que a abordagem da regulação do trabalho tem um teor político. “Atribui-se a culpa da precarização a quem trabalha, o que significa manipular a proteção social. A exclusão da proteção social ocorre de forma política”, apontou.

 

Vanessa Patriota

Deixando claro que por detrás do algoritmo está a força do capital, a procuradora ponderou que o trabalhador é impelido a reagir em tempo real ao que lhe é demandado. Ela sugeriu que os sindicatos devem se ater à horizontalidade existente nas relações dos movimentos sociais. “A exploração do trabalho humano foi intensificada e generalizada. Hoje se vive uma crise civilizatória”, afirmou.

 

Roseli Fígaro

A coordenadora do CPCT ressaltou que, nos dias atuais, a informação é coletada pelas grandes plataformas com o objetivo primordial da monetização. Devido a isso, Roseli Fígaro defende a necessidade de se dispor de uma regulação sobre a maneira como ocorre essa monetização. Ela recordou ainda os principais resultados da pesquisa Fairwork, aplicada no Brasil, que contou com a colaboração do próprio CPCT e que demonstrou, de maneira prática, o quanto as plataformas não cumprem as premissas básicas relacionadas ao trabalho decente.

 

 

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