O projeto temático de pesquisa Datificação da atividade de comunicação e trabalho de arranjos de comunicadores: os embates com as determinações das empresas de plataformas, que tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), foi o centro da primeira reunião do ano do CPCT.
Os passos iniciais da investigação coletiva, selecionada na chamada Linguagem, Comunicação e Artes (LinCAr) da instituição, começam a ser estruturados a partir da definição de dois seminários de leitura internos – um em abril, sobre a temática “Plataformização e discurso”, e outro em maio, intitulado “Plataformização, comunicação e trabalho”.
O estudo, com coordenação geral de Roseli Fígaro, conta com a colaboração de pesquisadores de outras instituições de ensino superior. Pelo material submetido e aprovado pela FAPESP fica evidente o percurso pretendido: “A partir da consideração de que a comunicação nas mídias digitais necessita do trabalho de comunicadores, a pesquisa tem por objetivo investigar como os profissionais de comunicação, que desenvolvem seus próprios arranjos para exercerem a profissão, atuam frente às lógicas de subsunção do trabalho humano vivo, pressupostas nos usos das ferramentas digitais das empresas de plataformas“.
Dessa maneira, a questão que baliza a investigação é saber como e por quais meios as empresas de plataformas digitais capturam o trabalho vivo desses profissionais. “As ‘materialidades sensíveis’, conceito em formulação, são todas as interações humanas com o meio e com o social; são a matéria prima para a constituição de arquivos que fornecem base de dados digitalizáveis para as reconfigurações algorítmicas e também para formatação de perfis comercializáveis“.
No cronograma da pesquisa, as primeiras atividades coletivas previstas são os seminários mencionados. O primeiro será baseado em leituras de Anne Helmond (A plataformização da web) e de Eni Orlandi (Conhecimento e informação na vida social contemporânea). O segundo abordará discussão em torno de materiais de autoria de Roseli Fígaro (Comunicação e trabalho: implicações teórico-metodológicas) e de Gabriela Raulino (Capital e trabalho nas plataformas digitais).