Fairwork Brasil conta com participação do CPCT

O projeto Fairwork, coordenado em âmbito mundial pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, que é a segunda instituição de ensino superior mais antiga da Europa, passa a contar com o apoio do CPCT na versão nacional da pesquisa.

Com isso, o grupo se junta aos pesquisadores liderados pelo professor da Unisinos, Rafael Grohmann, que é responsável pelo Laboratório de Pesquisa DigiLabour e responde pela coordenação local da iniciativa.

O Fairwork Brasil, que se viabilizou graças a convênio firmado entre a Unisinos e a universidade inglesa, envolve ainda colaboradores da UFRJ e da UFRGS.

O objetivo do estudo, que já se encontra em andamento, é analisar as condições de trabalho em plataformas digitais no país, com base nos principios estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre trabalho decente.

Para tanto, haverá avaliação de cinco eixos: remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação. Esses dados, que serão convertidos em indicadores, sairão de pesquisa documental e de entrevistas com trabalhadores e gestores das plataformas, de modo a aferir o cumprimento ou não das diretrizes da OIT.

A ideia é que o estudo aponte mecanismos de intervenção em prol de melhores condições de trabalho, com participação da sociedade e de instituições como o Ministério Público do Trabalho.

“Desde o início, contávamos com o CPCT como parceiro nessa empreitada. Estou muito feliz por poder construirmos a pesquisa conjuntamente, articulando excelência acadêmica, internacionalização, impacto social e muito trabalho duro”, afirma Rafael Grohmann, que também integra o grupo científico da USP.

Em ensaio publicado recentemente no Nexo Políticas Públicas, ele e o diretor do Faiwrwork, Mark Graham, que é professor de Geografias da Internet no Oxford Internet Institute da Universidade de Oxford, mostram resultados efetivos da iniciativa em outros países.

“Na África do Sul, por exemplo, NoSweat e GetTOD adotaram políticas para pagar salário mínimo e se envolver com organizações de trabalhadores. Já na Índia, a Urban Company concordou em adicionar uma cláusula que proíbe explicitamente os consumidores de discriminarem os trabalhadores. Isso evidencia possibilidades de construção de trabalho decente em plataformas digitais, que, inclusive, podem ser aplicadas a outros tipos de organização, como o cooperativismo de plataforma”, apontam.

 

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