Novo relatório do projeto Fairwork avalia condições de trabalho por plataformas no Brasil pelo segundo ano consecutivo

O relatório Fairwork Brasil de 2023 mostra as pontuações das plataformas em critérios de trabalho decente na segunda rodada da pesquisa no país. O documento também destaca o contexto da economia de plataformas no Brasil, em especial a regulação do trabalho por plataformas e a relação de forças entre contratantes e contratados. O lançamento público da pesquisa será na próxima terça-feira, 25 de julho.

O Fairwork é um projeto sediado no Oxford Internet Institute e no WZB Berlin Social Science Center, presente em 38 países, e estuda como as principais empresas da economia de plataformas se relacionam com princípios de trabalho decente.

No Brasil, o Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho é um dos representantes do projeto, coordenado por Rafael Grohmann, Claudia Nociolini Rebechi, Julice Salvagni, Rodrigo Carelli, Roseli Figaro, Jonas Valente, Felipe Moda, Jackeline Gameleira, Natalia Muniz, Mark Graham.

Desta vez, são 10 companhias avaliadas no Brasil: 99, Americanas Entrega Flash, AppJusto, GetNinjas, iFood, Lalamove, Loggi, Parafuzo, Rappi e Uber. No ano passado, as seis empresas que faziam parte do escopo do estudo (Uber, iFood, 99, Rappi, UberEats e GetNinjas) não conseguiram comprovar padrões mínimos de trabalho decente.

Rafael Grohmann, professor de estudos críticos de plataformas da Universidade de Toronto,  afirma que os resultados “evidenciam algumas poucas mudanças positivas na economia de plataformas brasileira e até pioras no trabalho por plataformas no Brasil”.

O sistema de pontuações é relativo ao período de julho 2022 a julho de 2023, e uma plataforma não pontuar significa que não foram encontradas evidências suficientes de que ela cumpre todos os requisitos para adquirir aquela pontuação

O método envolve pesquisa documental, entrevistas com trabalhadores e reuniões com os gestores das empresas. Quando os gestores das empresas se recusam a conversar com pesquisadores, somente os dois primeiros métodos são levados em conta.

Para o pesquisador Grohmann, “os princípios continuam válidos para construir políticas públicas e regulação para o trabalho por plataformas”.

Na seção Brasil do Fairwork 2023, a pesquisa envolveu equipes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e Universidade de Toronto.

Os pesquisadores do CPCT que integram o projeto são: Thais Regina Aiello, Gabriel de Almeida, Rafael Rodrigues da Costa, Roseli Figaro, Rafael Grohmann, Jamir Osvaldo Kinoshita, Luana Medina, Claudia Nociolini Rebechi, Claudia Nonato, Fernando Felicio Pachi Filho, Janaina Visibeli Barros e Mayra CastroVizentin.

O que é o Fairwork
Fairwork é um projeto global sediado no Oxford Internet Institute e no WZB Berlin Social Science Center. Globalmente, o Fairwork colabora de forma próxima com trabalhadores, plataformas, advogados e formuladores de políticas para imaginar e construir um futuro do trabalho mais justo

LEIA AQUI O RELATÓRIO COMPLETO.

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