Paulistanos deixariam de usar aplicativos que não oferecem condições de trabalho decente

O Instituto Locomotiva promoveu pesquisa quantitativa online, via questionário estruturado de autopreenchimento, entre os dias 31 de março e 11 de abril.

O levantamento foi solicitado pelo projeto Fairwork, que em nível mundial analisa as condições de trabalho nas empresas de plataforma.

Foram coletadas 1.021 respostas de moradores do município de São Paulo com 18 anos ou mais.

O estudo apontou que as pessoas veem greves e maior envolvimento do poder público como formas de pressionar por trabalho decente em plataformas.

Acompanhe os principais pontos destacados na investigação:

  • 93% dos respondentes apontam que as plataformas deveriam oferecer condições mais justas de trabalho para os profissionais que atuam nelas.
  • 87% acham que as plataformas digitais devem se forçadas a ouvir e a negociar com grupos representativos dos trabalhadores.
  • 82% consideram justas as greves dos trabalhadores por aplicativos.
  • 64% julgam que esses profissionais não recebem salários justos.
  • 82% dizem ser injustos os bloqueios e cancelamentos sem justificativa adequada contra os trabalhadores
  • 7 em cada 10 paulistanos deixariam de usar aplicativos que não garantem condições de trabalho e de remuneração decentes para os profissionais.
  • 87% indicam que os aplicativos devem ser regulados pelo governo para fornecer proteções básicas para motoristas e entregadores.
  • 53% sinalizam que as empresas de aplicativos não respeitam as leis trabalhistas vigentes.

Os resultados da pesquisa mostram que os cidadãos de São Paulo estão muito conscientes das condições frequentemente exploratórias às quais os trabalhadores das plataformas estão sujeitos. Estas condições também foram evidenciadas no relatório brasileiro do Fairwork. O estudo aponta ainda que a grande maioria das pessoas apoia iniciativas de trabalho em plataformas mais justas, tais como uma regulamentação mais forte ou greves dos profissionais. Portanto, deveria ser do interesse de todos os aplicativos tomar medidas para melhorar ativamente as condições para seus trabalhadores. A maior parte também apoia a regulamentação das plataformas pelos governos, o que significa uma oportunidade para que os formuladores de políticas públicas destaquem esta questão o mais rápido possível no Brasil“,  afirma o coordenador do Laboratório de Pesquisa DigiLabour, Rafael Grohmann, que é professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e líder da equipe de pesquisadores brasileiros.

O projeto Fairwork no país conta com apoio da Unisinos, do CPCT, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A iniciativa está presente em 20 países, com coordenação geral da Universidade de Oxford.

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