Plataformização é discutida na 2ª mesa do VII Fórum Comunicação e Trabalho

“A comunicação e a plataformização do trabalho” foi o tema da segunda mesa de debates do VII Fórum Comunicação e Trabalho, que ocorreu no último dia 6/9, no 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

A iniciativa do CPCT contou com parceria da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e da ECA-USP. Teve também apoio do Ministério Público do Trabalho de Pernambuco e do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região – Paraíba.

A mesa trouxe apresentações dos professores Fernando Felício Pachi Filho (Faculdade de Tecnologia Termomecânica/FTT – São Bernardo do Campo), Izabela Domingues (Universidade Federal de Pernambuco/UFPE) e Roberto Veras (Universidade Federal da Paraíba/UFPB).

Confira detalhes e imagens da mesa “A comunicação e a plataformização do trabalho”.

Izabela Domingues

Vencedora das principais premiações da publicidade brasileira como o Profissionais do Ano da Rede Globo, ela destacou a prevalência, nos dias atuais, de uma lógica que privilegia a “eugência”, ou seja, o profissional que tem de ser polivalente, desempenhando diversas funções ao mesmo tempo, ao atuar nas agências de comunicação. Membro do conselho e pesquisadora da Rede Latinoamericana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits-Unicamp/CNPq), a professora discorreu do contexto em que se dá a plataformização na comunicação. “Estamos passando por um período de atravessamento do ultraneoliberalismo”, disse.

 

Roberto Veras

As interpretações acerca do conceito de informalidade foram um dos pontos trazidos à discussão pelo professor da UFPB. “O sentido de informalidade se tornou vago, caiu no senso comum”, advertiu. Nesse sentido, segundo ele, as plataformas representam um novo e poderoso tipo de empresa em que prevalece uma relação assimétrica de poder frente aos trabalhadores. Para Roberto Veras, a ideia de um contrato de adesão existente nessa esfera laboral faz com que o trabalho por plataforma não seja algo por conta própria nem sem registro. Destacou ainda a lógica do empreendedorismo como uma legitimação social.

 

Fernando Felício Pachi Filho

O pesquisador do CPCT apresentou um resumo a respeito do projeto Fairwork, promovido pela Universidade de Oxford e que foi aplicado no Brasil. Ele discorreu sobre os resultados apontados no relatório nacional, que reforçou os sérios problemas enfrentados  no dia a dia pelos trabalhadores que atuam junto a empresas de plataforma no país. Além disso, problematizou alguns aspectos do próprio projeto no que se refere à lógica da plataformização.

 

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