“Tenho uma expectativa de aprender mais sobre metodologia e o sistema de coleta de dados”, diz pesquisadora que acaba de começar doutorado-sanduíche na Inglaterra

Confira a segunda parte da entrevista concedida pela doutoranda e pesquisadora Camila Acosta Camargo. Desde o começo de outubro na Inglaterra, ela participa do programa de doutorado-sanduíche na Universidade de East Anglia, sob orientação do Prof. Dr. Martin Scott.

Quais são suas expectativas em relação a esta experiência internacional?

Em resumo, há três tipos de expectativas que posso elencar: uma de experiência pessoal, pois no Departamento de Desenvolvimento Internacional [da Universidade de East Anglia] passam pessoas do mundo todo. Uma expectativa de pesquisa no aprendizado, nas trocas principalmente no tema de metodologia e de coleta de dados. E a terceira que é uma busca efetiva pela coleta de dados junto às fundações internacionais que têm escritório aqui na Europa [ela pesquisa o financiamento do jornalismo por fundações privadas internacionais].

Como é o seu cotidiano de estudos?

Tenho um orientador aqui. Não tenho o compromisso de assistir a aulas. Há aqui o que chamam de Research Seminars, que são seminários temáticos oferecidos pelos próprios alunos que estão apresentando suas pesquisas, por professores do departamento ou de outros lugares. Tenho um planejamento na universidade, que é acompanhar eventos e seminários de pesquisa e um cronograma de trabalho junto com meu orientador. A gente vai tentar, se possível, ao final dos meus seis meses na universidade, ter um resultado de uma pesquisa empírica, que vamos tentar desenvolver, que irá representar parte do meu doutorado no Brasil. Não é o meu doutorado todo. A gente vai tentar talvez um tipo de estudo de caso que pode ajudar na argumentação do meu doutorado. O resultado disso também vai ser efetivamente um paper, um artigo escrito em inglês, não necessariamente a ser publicado – não há essa regra de publicação. Mas não deixa de ser um exercício interessante tentar organizar o meu trabalho no formato com o qual eles estão habituados aqui, que são esses formatos de papers.

Quais são seus objetivos ao fazer o doutorado-sanduíche?

Tenho um interesse muito grande em entender como os autores da Europa têm pensado o mesmo tema do meu estudo, que são as fundações internacionais pela abordagem crítica. Meu professor é uma referência no tema e, por isso, decidi vir para cá. Tenho uma expectativa de conhecer mais literaturas sobre o tema. Também tenho uma expectativa de avançar significativamente com a metodologia de coleta e de análise dos meus dados porque estou em um momento bom do doutorado para fazer isso. Também espero agregar um certo conhecimento que sei que não necessariamente estará refletido no trabalho. São aquelas escolhas que a gente depara e decidi não seguir. O Departamento aqui, a orientação do professor e o modelo de pensamento de pesquisa europeu não necessariamente é o mesmo que a gente vê no CPCT. Acho bom entrar em contato com isso, mas também fazer a escolha de pesquisa pertinente com as nossas premissas, com aquilo que a gente acredita no CPCT. Estes aspectos todos são positivos para a pesquisa.

Confira a primeira parte da entrevista com Camila Acosta Camargo aqui.

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