As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia

Essa pesquisa tem a perspectiva teórica que trata de comunicação e trabalho a partir da compreensão do entrelaçamento desses dois conceitos – consubstanciado na atividade humana, em conformidade com a ontologia do ser social (MARX, ENGELS, 2007; LUKÁCS, 2012), e o conceito de Ergologia, tratado por Yves Schwartz (SCHWARTZ, DURRIVE, 2007). Tais aproximações estão sendo realizadas desde Figaro (2008) no sentido de se sobrelevar a importância do trabalho, entendendo-o como atividade humana sempre criadora e produtora de bens (materiais, imateriais, afetivos, de cuidados etc.), e renormalizadora das prescrições e normas antecedentes: fatores que dão ao trabalho a centralidade para se compreender as relações de comunicação.

Os novos arranjos econômicos do trabalho dos jornalistas são uma possibilidade de arranjar, isto é, de organizar o trabalho de forma alternativa e independente aos conglomerados de mídia e são o foco de nossa pesquisa. A experiência desses arranjos está sendo observada por inúmeras instituições de diferentes perfis: universidades, fundações, bancos, conglomerados de mídia, porque todos sabemos do potencial que eles têm em relação ao que se projeta para o futuro do trabalho no jornalismo.

Tendo em vista a enorme diversidade e relevância desses novos produtores de jornalismo, destacados nacionalmente a partir das manifestações de 2013, é que se justifica a compreensão mais aprofundada de sua existência. Deste modo, apresentamos neste relatório os objetivos, problemas de pesquisa, metodologia e resultados compilados até o momento desta pesquisa com aportes da Fapesp, processo 2016/06992-3. A pesquisa também foi aprovada pelo Comitê de Ética EACH-USP (5390) CAAE – 84485817.0.0000.5390 versão 2.

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