As relações entre as tecnologias de inteligência artificial (IA) e as transformações do mundo do trabalho são o foco do Observatório de Políticas de Inteligência Artificial para o Mundo do Trabalho, um projeto da Universidade de Essex (Inglaterra) do qual fazem parte pesquisadores de diversos países. O Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) integra a equipe brasileira do Observatório por meio dos pesquisadores Roseli Figaro, líder do CPCT, e Rafael Grohmann, professor da Universidade de Toronto (Canadá).
O primeiro estudo de caso do projeto sobre o Brasil foi recentemente divulgado. Nele, são discutidas as dimensões de regulação, desenvolvimento e governança da Inteligência Artificial. Entre os apontamentos do relatório, destaca-se a insuficiência da legislação em debate, enquadrada no Projeto de Lei 2338/23, para dar conta dos desafios que incidem sobre o mundo do trabalho, particularmente no que toca aos direitos trabalhistas e aos direitos de dados.
“Nossa tarefa é compor esse time internacional para que esse observatório ande. A ideia é fazer relatórios periódicos que demonstrem o avanço dos estudos”, destaca Roseli Figaro, sobre a participação do CPCT no Observatório.
No site do observatório, é possível acessar os estudos de casos de outros países e também aprofundar as dimensões conceituais que balizam o projeto. O Observatório é o primeiro a destacar como a regulamentação, o desenvolvimento e a governança da IA estão ocorrendo em todo o mundo e o que isso está começando a significar e significará para o mundo do trabalho e as experiências dos trabalhadores.
A equipe de pesquisadores brasileiros inclui, além de Roseli Figaro e Rafael Grohmann, os pesquisadores Jonas Valente (pós-doutorando na Universidade de Oxford, Inglaterra) e Edemilson Paraná (professor na Universidade LUT, na Finlândia).