CPCT publica relatório final sobre impactos da Covid-19 junto aos comunicadores

O CPCT acaba de publicar o relatório dos resultados da pesquisa Como trabalham os comunicadores em tempos de pandemia da Covid-19?

A iniciativa contou com a colaboração de 557 participantes, distribuídos por todo o país, sendo um em Portugal, que responderam de maneira remota, entre os dias 5 e 30/4, ao questionário formulado pelos pesquisadores.

A coordenadora do CPCT, Roseli Figaro, conta que o motivo do estudo foram os relatos, já em março, que apontavam as dificuldades nas condições de trabalho dos comunicadores brasileiros.

Segundo ela, se por um lado o distanciamento social e a prática do home office foram indicados para diminuir os impactos da doença, por outro, muitos desses profissionais não tiveram como cumprir tais medidas.

Com isso, a precarização do trabalho, que já era grave nesse segmento, só piorou, e se tornou mais visível, devido às condições impostas pelo novo coronavírus.

PRECARIEDADE INTENSIFICADA – “A pandemia da Covid-19 encontra o setor da comunicação em profunda crise, com um quadro bastante dramático para o mundo do trabalho dos comunicadores: demissões, contratos precários, rebaixamento salarial, densificação do trabalho, todo tipo de estresse, além do quadro de incertezas sobre o futuro”, pondera Roseli Figaro.

Entre os resultados apresentados pela pesquisa estão o aumento da jornada de trabalho e a intensificação da atividade, com uso de equipamentos dos próprios profissionais, que são responsáveis pela manutenção e pelos custos dessa infraestrutura.

Outros pontos que emergiram na investigação do CPCT foram a utilização elevada das plataformas e aplicativos no processo produtivo para organização, controle da gestão do trabalho, da rotina laboral (que acaba dividida com os cuidados com a residência e os filhos) e o fluxo de informação.

O medo com o futuro se torna evidente nos depoimentos concedidos, que mostram a preocupação dos comunicadores com a manutenção de seus trabalhos e para não se contaminarem e tampouco transmitirem o vírus a seus familiares.

Diversas entidades prestaram apoio ao estudo, como a Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom); Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor); Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Abrapcorp); Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas da 2ª Região (Conrerp 2 – SP/PR); Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom); Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Portal Imprensa; Jornalistas&Cia; Jornal da USP e sindicatos dos Jornalistas de São PauloCeará, Paraná, Minas Gerais, Distrito FederalRio Grande do Sul.

A pesquisa coletiva foi realizada pelos pesquisadores Janaina Visibeli Barros, Naiana Rodrigues da Silva, Camila Acosta Camargo, Ana Flávia Marques da Silva, João Augusto Moliani, Jamir Osvaldo Kinoshita, Daniela Ferreira de Oliveira, Fernando Felício Pachi Filho e  sob coordenação de Roseli Figaro.

Se você ainda não acessou, o download para a íntegra do relatório final pode ser feito aqui. Se preferir, há uma versão resumida do material, em artigo veiculado na Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, que está disponível aqui.

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