Coleta de dados de pesquisa sobre Covid-19 e comunicadores vai até final de abril

Mais de 500 pessoas, que atuam na área de comunicação, responderam até o momento à pesquisa “Como trabalham os comunicadores em tempos de pandemia da Covid-19?” O formulário online permanece aberto até o dia 30/4 e seu preenchimento, que é simples e rápido, pode ser realizado ao clicar aqui.

A investigação, promovida pelo CPCT em âmbito nacional, visa apresentar um diagnóstico sobre como esses profissionais desenvolvem suas atividades e quais são os cuidados adotados no dia a dia para se prevenirem do contágio do novo coronavírus.

Análise preliminar do questionário, que foi lançado no dia 6/4, aponta que a maior parte das respostas são de jornalistas que trabalham em grandes corporações de imprensa, assessorias de comunicação, órgãos públicos e na mídia independente.

Há predomínio de profissionais mulheres e a faixa etária preponderante vai dos 20 aos 39 anos, com participação expressiva também entre 40 e 50 anos. Há um equilíbrio entre comunicadores casados e solteiros.

PRECARIZAÇÃO ACENTUADA – Segundo a coordenadora do CPCT, Roseli Figaro, é possível já verificar algumas questões significativas a partir dos comentários dos respondentes: “É fato que o trabalho, na sua maioria realizada via home office, está mais pesado, seja pelo aumento do número de horas ou pela própria intensificação da atividade. Algumas pessoas dizem que está bem mais intenso e outros dizem que é difícil mensurar a quantidade de horas destinada ao trabalho.”

Ela pondera que a interferência da Covid-19 expôs ainda mais a situação de precarização que já estava presente no cotidiano dos comunicadores, cuja forma de atuação é dada por contratos sem garantia alguma de benefícios, como free lancers, autônomos ou mesmo por trabalho vinculado à duração de projetos específicos.

A práxis da atividade de maneira remota é um ponto que precisa ser discutido. Para Roseli Figaro, é necessária uma reflexão sobre a naturalização do home office como também da “própria cobertura que é feita por jornalistas que estão no front da produção das notícias diárias sobre a pandemia”.

De acordo com a coordenadora do CPCT, a organização da jornada produtiva é outra questão que merece atenção. “Afinal, isso tem demandado outra lógica de tempo e de espaço, outra forma de relação do comunicador com os grupos profissionais em que está inserido”, afirma.

MEDOS – As declarações coletadas até o momento pela pesquisa possibilitam já antever os três tipos de preocupações que mais afligem o cotidiano dos profissionais. Roseli Figaro diz que a análise prévia dos comentários permite verificar que os campos de sentidos presentes são muito fortes.

“Há o contexto mais geral com o país atrelado à falta de políticas públicas para socorrer a população menos favorecida, a partir das dificuldades de atendimento na área da saúde, sem falar no pânico gerado na sociedade e o acirramento do autoritarismo, que levam a uma sensação de tensão diária. Existe, evidentemente, o medo do comunicador com o contágio da doença e dele ser um foco de transmissão do vírus à família. Por fim, o temor com a situação do trabalho, que se traduz na possibilidade de desemprego ou de redução da remuneração”, conta.

Quem quiser responder à pesquisa pode preencher o formulário até o final de abril. O CPCT solicita que, se possível, seja feito o compartilhamento do questionário para mais profissionais, de modo a ampliar a quantidade de respondentes para as diversas áreas da comunicação.

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