Coordenadora do CPCT participa do SciBiz 2022

O discurso do neoliberalismo em relação às tecnologias é milimetricamente pensado, inclusive no que se refere às metáforas usadas“, disse a coordenadora do CPCT, Roseli Fígaro, em sua apresentação no V Science Meets Business (SciBiz 2022).

Trata-se da maior conferência de conexão entre ciência e negócios da América Latina. A iniciativa é organizada conjuntamente pela Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA-USP), Centro de Inovação da USP (InovaUSP) e Agência USP de Inovação (AUSPIN), com apoio da CAPES e do CNPq.

Roseli Fígaro participou do painel “Trabalho na economia digital”, que contou com presença de Ricardo Antunes (Unicamp), Ana Cabral (Baruk Automação Inteligente) e de Eduardo Surian Matias (LBS Sociedade de Advogadas e Advogados). A mediação foi de Arnaldo Mazzei, professor da FEA-USP.

A coordenadora do CPCT lembrou que a economia digital tem como matéria prima e mercadoria os dados produzidos pelas pessoas: “Trata-se de um processo que depende do trabalho vivo humano desde a sua infraestrutura.

Segundo ela, a substituição do trabalho humano pelas máquinas só é possível a partir do momento em que se entende e se transforma a subjetividade em dados. “Isso demanda tecnologias de informação e de comunicação porque o dado captado só é dado devido à interação do ser humano, aos processos comunicacionais“, explicou.

Especialista e crítica da plataformização, Roseli Fígaro destacou a questão da substituição do trabalho humano pelas máquinas. “O capitalismo que temos hoje, esse capitalismo informacional, bebe diretamente na veia do ser humano porque extrai dele a sua própria subjetividade, suas ideias, o seu corpo, o seu estar no mundo. O que se chama de inteligências artificiais nada mais são do que dados, dentro de uma lógica de programação, remodelados de acordo com os objetivos da empresa que utiliza o algoritmo“, pontuou.

Assista à íntegra da apresentação de Roseli Fígaro no vídeo a seguir (a partir de 8:13:50). Antes da sua exposição,  há a participação do professor Ricardo Antunes.

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