CPCT-ECA-USP apresenta resultados de pesquisa sobre novos arranjos alternativos de trabalho no Jornalismo

O Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT), vinculado à Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), tem os resultados da pesquisa científica que mapeou 70 arranjos de trabalho jornalístico alternativos e/ou independentes dos meios corporativos, na Grande São Paulo. Os pesquisadores do CPCT investigaram como trabalham, como se sustentam e que tipo de jornalismo praticam esses arranjos alternativos e/ou independentes. A apresentação dos dados será no próximo dia 15 de fevereiro, às 18 horas, em um seminário a ser realizado no Centro universitário Maria Antônia, da Universidade de São Paulo.  As inscrições do público podem ser feitas através do link As inscrições podem ser feitas através do link goo.gl/yiePcV.

A pesquisa intitulada “As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia” foi realizada entre set./2016 e ago./2018, dirigida pela professora Drª Roseli Fígaro, coordenadora do CPCT e do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) da ECA/USP e contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp).

Com 11 pesquisadores envolvidos, o estudo revelou que as redações jornalísticas se virtualizaram, os fluxos de trabalho se dão em ambientes online como aplicativos de redes sociais e de trocas de mensagens instantâneas e as relações de trabalho são horizontais. “As redações são espaços virtuais digitais de conexão com fontes, equipe de trabalho, suporte técnico e logístico. O trabalho colaborativo em rede se dá em sua expressão plena, seja entre equipes com pessoas em diferentes países e estados do país, seja em diferentes bairros da cidade”, explica a coordenadora da pesquisa.

Até chegar aos resultados finais, a investigação passou por quatro momentos. No primeiro, foram mapeados 70 arranjos, tomando como ponto de partida o Mapa do Jornalismo Independente criado pela Agência Pública, em 2016. Posteriormente, os arranjos foram caracterizados e nucleados com base na auto declaração, que os agrupou em níveis de gradação que vão dos autodeclarados jornalísticos aos que não se intitulam como tal e praticam comunicação. O terceiro passo consistiu em entrevistas com 26 representantes dentre os arranjos catalogados. A última etapa tratou da realização de grupos de discussão com 15 jornalistas desses arranjos alternativos e/ou independentes.

Dentre os arranjos que participaram do estudo estão Agência Pública, Mídia Ninja, Jornalistas Livres, Az Mina, Nós Mulheres da Periferia, Opera Mundi, Envolverde, É Nóis, dentre outros. Muitos destes e dos demais arranjos investigados indicam a falta de sustentação econômica como o principal entrave à prática jornalística autônoma. “Os profissionais sustentam sua ação jornalística no arranjo com outro trabalho, em atividades de cursos, palestras, freelancer no jornalismo para outros veículos, eventos, assessorias etc. Há também a busca de recursos em editais públicos, em campanhas para doações, campanhas de crowdfunding, parceria com fundações nacionais e estrangeiras”, observa Roseli Fígaro.

A partir dos resultados da pesquisa, o CPCT oferece subsídios empíricos para se repensar o trabalho jornalístico na contemporaneidade. A precarização das condições de exercício da profissão e o monopólio informativo não só dos grandes meios de comunicação, mas dos conglomerados digitais como Google e Facebook, são impeditivos para o livre exercício da profissão.

O evento é aberto e gratuito para pesquisadores do tema, estudantes e professores universitários, jornalistas e comunicadores e público interessado. As inscrições podem ser feitas através do link goo.gl/yiePcV

SERVIÇO:

Seminário de apresentação da pesquisa “As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia”.

Data: 15/02/2019

Local: Centro Universitário Maria Antônia. Rua Maria Antônia, 258 e 294. Vila Buarque, São Paulo.

Horário: 18h

Contato para entrevista: Roseli Fígaro (11) 30914081

E-mail: comunicacaoetrabalho@gmail.com

 

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