O artigo busca mostrar como as tecnologias de informação e comunicação (TICs) proporcionam novas configurações aos processos de trabalho dos arranjos alternativos brasileiros às corporações de mídia hegemônicas. Investigamos o funcionamento do espaço virtual desses arranjos, o perfil dos trabalhadores que atuam nessa esfera e o sentido assumido pela atividade laboral dos jornalistas. O estudo foi centrado na análise da entrevista aprofundada de seis arranjos (Jornalistas Livres, Mídia Ninja, Pressenza, Viomundo, Opera Mundi e Volt Data Lab), localizados na cidade de São Paulo. Essa mostra foi extraída de 25 outros veículos alternativos que compuseram a pesquisa ampliada “As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia”, desenvolvida pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). O critério de seleção adotado para obtermos o corpus empírico que apresentamos se baseou na proximidade, já que os autores estavam estudando esse grupo dentro do trabalho coletivo. A metodologia adotada teve como base a análise do discurso de linha francesa e os estudos do mundo do trabalho a partir da comunicação. Compreendemos que a atividade linguageira permite entender o exercício laboral empreendido nesses arranjos e observar a produção jornalística em diferentes modos.