O artigo é parte da pesquisa coletiva “As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia”, iniciada em 2016 pelo CPCT/ECA-USP. Discute alguns sentidos sobre o trabalho jornalístico projetados na figura destes novos arranjos, que demarcam determinado ethos associado a potencialidades de (re)valorização de práticas e princípios do jornalismo. O corpus analisado, nos limites deste texto, é constituído por entrevistas com representantes de três iniciativas, situadas na cidade de São Paulo: Agência Pública, Nexo e AzMina. A partir da análise das posições de sujeito construídas pelos entrevistados, mostramos como os discursos, ora em contraposição ora reiterando os discursos circulantes na grande mídia, destacam o lugar de enunciação de prestígio da reportagem, da apuração aprofundada e da independência, como forma de legitimar a qualidade do jornalismo praticado nestes espaços.